quinta-feira, 25 de março de 2010

Cocaína

A ILUSÃO DAS DROGAS - COCAÍNA




A cocaína é uma droga extraída das folhas de uma planta denominada coca ou epadu (erythroxylon coca) e cultivada nos Andes.

A droga era vendida em farmácias no século XIX como anestésico local e tônico para dar energia, contudo tornou-se ilegal em razão de seus efeitos danosos, pois muitas vezes seus usuários vinham a óbito.

A mídia tem divulgado com freqüência casos de personalidades do meio artístico que se envolvem com a cocaína. No programa Fantástico, transmitido pela Rede Globo no dia 13 de setembro de 2009 foi entrevistado o ator Fábio Assunção que passou por diversos problemas em razão da dependência dessa droga. Ele foi internado em diversas clínicas e muitas vezes abandonou o tratamento. Entrevistado sobre os males proporcionados pelas drogas disse que havia “brincado com algo que não imaginava a dimensão” e que poderia ter tido sérios problemas com a sua vida, sua saúde ou a lei.

A cocaína chega até o consumidor em forma de pó, que é solúvel em água e serve para ser aspirado (inalado) ou dissolvido em água para uso intravenoso (injetado), ou sob a forma de base, o crack, que é pouco solúvel em água, mas que se volatiza quando aquecida e, portanto, é fumada em “cachimbos”.

A cocaína pode ser consumida sob a forma de merla, que é um produto sem refino e muito contaminado com as substâncias utilizadas na extração. A merla pode provocar hemorragia cerebral, alucinações, delírios, convulsão, enfarte cardíaco e morte .

Há também a pasta de coca que é um produto grosseiro, obtido nas primeiras fases da extração da cocaína das folhas da planta quando estas são tratadas com álcali, solvente orgânico como querosene ou gasolina e ácido sulfúrico. Essa pasta contém muitas impurezas tóxicas e é fumada em cigarros chamados “basucos” .

A cocaína torna seu usuário tolerante ao vício, ou seja, cada vez seu organismo precisa de mais droga e também desenvolve a sensibilização, que é o inverso da tolerância, pois alguns efeitos passam a ocorrer mesmo se usar pequenas doses. Normalmente são os efeitos desagradáveis que passam a ser produzidos com pouca quantidade de droga. Assim, o usuário precisa cada vez mais de drogas, porém os efeitos desagradáveis são intensificados, sendo necessário pequenas doses para que ocorram.



COCAÍNA EM PÓ

Normalmente a cocaína é experimentada pela primeira vez em festas, normalmente depois do indivíduo ingerir bebida alcoólica. Com a intenção de se divertir e experimentar novas sensações faz uso da cocaína. O álcool neste caso diminui a censura interna da pessoa e com isso ela aceita experimentar a substância sem se preocupar com as conseqüências.

A pessoa que experimenta a droga recebe uma sensação de poder e passa a enxergar tudo com mais brilho, por isso alguns chamam a droga de “bright” (brilho). O que muitos se esquecem é que com o tempo esse brilho vai se apagando e a pessoa mergulha em um poço cada vez mais profundo, chamado vício, que muitas vezes o leva a morte.

Trata-se de um psicoestimulante com efeito rápido e passageiro que faz a pessoa desejá-la cada vez mais. Quando o efeito da droga termina o usuário passa a sentir uma sensação de mal estar e muitas vezes usa a droga novamente ou outro tipo de droga, como álcool, maconha ou tranqüilizantes.

A pessoa começa a usar cocaína e a freqüência passa a aumentar, de forma que a droga passa a dominar todas suas ações, ele pode até ficar algum tempo sem consumir a cocaína, contudo se ele tiver a oportunidade de consumir a droga, se ele ingerir bebida alcoólica, se ele passar pelos pontos de venda ou encontrar outros usuários ele costuma sentir uma grande compulsão para usar novamente a droga. Com o tempo ele se torna um escravo do vício. Se ele parar de usar a cocaína, nestas situações pode ter uma recaída.

A pessoa viciada em cocaína, independente se for inalar, injetar ou fumar a droga, vai perdendo o controle do seu consumo, se tem dinheiro gasta tudo com a droga, se não tem faz qualquer coisa para adquirir a droga, seja roubar, furtar, matar ou se prostituir. Se ele não possui mais veias para aplicar a cocaína injetável ou tentar esconder as referidas marcas ele aplica em diversas partes de seu corpo, inclusive nas genitálias ou pés. Muitas vezes o viciado em cocaína morre de overdose .

O consumo de cocaína pela via nasal permite que os seus efeitos comecem de 10 a 15 minutos e por intermédio de injeção os efeitos têm início entre 3 a 5 minutos. A duração do efeito da cocaína injetada ou inalada é de 20 a 45 minutos.

O dependente que faz uso de drogas injetáveis muitas vezes compartilha seringas e por isso se contamina por doenças graves como hepatite ou AIDS.



CRACK E MERLA

O crack e a merla não podem ser transformados em pó fino, pois possuem respectivamente os aspectos de pedra e pasta. Em razão disso não podem ser aspirados e por não serem solúveis em água na podem ser injetados. Por isso são aquecidos e fumados e a sua absorção é instantânea por intermédio da via pulmonar. Entre 10 a 15 segundos seus primeiros efeitos ocorrem.

O efeito do crack dura aproximadamente 5 minutos e por durar pouco tempo o usuário passa a voltar a usar a droga logo após o desaparecimento do efeito. O usuário entra em um ritmo nefasto em que consome toda a droga que estiver com ele e gasta todo o dinheiro que tiver para adquirir drogas.

Nestas situações ele é capaz de fazer qualquer coisa para obter mais pedras de crack para usar. Essa compulsão para usar o crack é chamada de “fissura” que é uma vontade incontrolável de sentir os efeitos da droga.

O prazer proporcionado pelo crack e pela merla é muito intenso e muitos o comparam com o orgasmo, contudo após o uso repetitivo dessas drogas o usuário passa a sentir sensações muito desagradáveis, como o cansaço e a intensa depressão.

O usuário tende a repetir a dose com o intento de sentir seus efeitos e essa quantidade cada vez maior de drogas faz com que os usuários passem a ter um comportamento muito violento, irritabilidade e atitudes bizarras em razão do aparecimento da paranóia. Ele pode também ter alucinações e delírios. Esses sintomas reunidos correspondem a “psicose cocaínica”. Também é importante ressaltar que os usuários das drogas oriundas da cocaína perdem o interesse sexual e são acometidos por diversos problemas relacionados com a atividade sexual.

É comum vermos, principalmente nas grandes cidades dependentes do crack com roupas imundas, perambulando pelas ruas feitos mortos-vivos (zumbis), esqueléticos, sem comer, sem tomar banho, totalmente entregues ao vício e caminhando em direção da morte.

A pessoa que usa cocaína pode desenvolver movimentos descoordenados, ranger de dentes e mandíbula, insônia, perda de cuidados pessoais, alucinações e outros comportamentos.

O uso prolongado da cocaína desenvolve em seus consumidores uma síndrome paranóica (sensação de perseguição) exacerbada, vendo inimigos em todos os lugares. Em muitos casos os usuários de cocaína não conseguem comer, nem dormir .

O crack provoca uma síndrome pulmonar aguda e pode provocar enfisema subcutâneo do pescoço e mediastino, necrose da mucosa e laringe. A cocaína cheirada pode provocar a congestão nasal, necrose e perfuração do septo nasal e se injetada ou fumada pode produzir hipertensão arterial, taquicardia, infarto agudo do miocárdio, aneurismas dissecantes da aorta, hemorragias intracranianas, atrofia cerebral, hemorragias cerebrais e crises convulsivas .

Muitos crimes violentos foram praticados em razão da dependência da cocaína. Abaixo consta foto de apreensão de cocaína e de crack.











BIBLIOGRAFIA:

Livreto Informativo sobre Drogas. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas – CEBRID e Secretaria Nacional Antidrogas – SENAD, 2004.

MARLATT, Beatriz Carlini. Drogas: Cartilha sobre maconha, cocaína e inalantes. Série Por dentro do assunto. Secretaria Nacional Antidrogas - SENAD, Brasília-DF, 2004.

TIBA, Içami. Juventude & drogas: anjos caídos. São Paulo: Integrare, 2007.



HIGOR VINICIUS NOGUEIRA JORGE é Delegado de Polícia, professor de análise de inteligência policial da Academia da Polícia Civil, titular de cadeira da ACADPESP e diretor da ADPESP (08/09). Site: www.higorjorge.com.br Blog: http://delegadosdepolicia.blogspot.com

Maconha

A ILUSÃO DAS DROGAS - MACONHA






Em razão do convívio, em minha atuação profissional, com dependentes, ex dependentes químicos e pessoas que ainda estão tentando sair desse caminho tortuoso que é a dependência das drogas resolvi pesquisar sobre as principais drogas, suas características e efeitos.



MACONHA

A maconha é uma substância conhecida há pela menos 5.000 anos e foi nomeada em 1735 pelo botânico Carl Lineu como Cannabis sativa.

Os usuários da maconha utilizam diversos apelidos para denominar a droga, os apelidos mais conhecidos são: erva, pacau, baseado, charão, fininho, finório, hemp, beck, abangue, bagulho, birra, diamba, fuminho, fumo, gererê, marijuana, haxixe, skank, marola, camarão, taba, beck, bagana, bagulho, cachimbo da paz, capim seco, mato, paranga, etc.

A maconha é considerada a droga ilícita (proibida, ilegal) mais utilizada em todo o mundo. A planta excreta grande quantidade de uma resina composta por diversas substâncias e uma delas é o THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) que proporciona boa parte dos sintomas nos seus usuários .

De acordo com estudos científicos a maconha vicia e o seu uso provoca a tolerância (cada vez o usuário quer mais droga) e a síndrome de abstinência (conjunto de sintomas que acometem o dependente que suspenda bruscamente o uso de drogas).

O consumo da maconha não leva a outras drogas, porém quando o usuário passa a utilizar outras drogas na maioria das vezes ele fez uso da maconha.

Observa-se que o consumo da droga ocorre muitas vezes em grupos ou rodas de amigos em que cada um dos participantes fuma um pouco. Aqueles “canabistas” mais experientes influenciam amigos a experimentar. O consumo da maconha é estimulado também por músicas, símbolos e certos objetos que façam alusão ao seu consumo, como bonés, camisetas e pulseiras.

A fumaça do baseado de maconha é absorvida rapidamente pelos pulmões do usuário e logo depois os seus olhos ficam avermelhados, a boca seca e o coração disparado. O usuário fica excitado e fisicamente agitado. Se a quantidade de THC for pequena ele passa a rir sem motivos, se for maior ele fica “chapado”, com os olhos parados, perde a vivacidade e passa a falar devagar.

Outra característica do usuário de maconha é que aumenta o apetite e passa a ter vontade de ingerir, principalmente doces. Os consumidores de maconha chamam isso de larica.

A pessoa ao usar maconha fica sob seus efeitos de duas a quatro horas.

O usuário passa a tentar disfarçar o vício fazendo uso de colírios, balas e chicletes fortes, perfumes nos cabelos e mãos, amassam ervas com cheiros fortes com os dedos para disfarçar o cheiro de maconha nas mãos, tapam as soleiras das portas para não sair a fumaça se estiver fumando no interior de seu quarto, ligam o chuveiro para produzir vapor e eliminar a fumaça, acendem incensos e pulverizam perfumes fortes para disfarçar o cheiro.

O principal efeito decorrente do uso crônico da maconha é que deixa a pessoa sem vida, sem ambições, conformado com tudo e muito agressivo quando contrariado. Constantemente observamos filhos que agridem os pais em razão dos genitores não concordarem com o vício ou não entregarem dinheiro para sustentar o vício.

O usuário de maconha perde parte da motivação para viver, podem surgir quadros de ansiedade, depressão, pânico e quadro psicótico, semelhantes a esquizofrenia paranóide.

Há provas científicas que caso o usuário da maconha tiver uma doença psíquica qualquer, mas que ainda não está evidente ou a doença apareceu, mas está controlada com medicamentos adequados, a maconha piora o quadro. Assim, a droga faz surgir a doença ou neutraliza o efeito do medicamento e os sintomas da enfermidade mental reaparecem .

Também há dificuldades para lidar com frustrações e sua capacidade de diálogo, atenção, concentração, produção e relacionamento pioram muito.

A maconha diminui as defesas contra infecções, afeta testículos e ovários aumentando a chance de ocorrer infertilidade e altera o funcionamento do cérebro.

Pode ocorrer também o “flashback”, ou seja, os sintomas ressurgem como se o usuário tivesse usado maconha outra vez, sem tê-la usado.

De acordo com estimativas, fumar quatro cigarros de maconha por dia tem o mesmo poder cancerígeno do que fumar vinte cigarros comuns por dia.

De acordo com pesquisa realizada em dez capitais do país, entre estudantes da rede estadual de ensino, o uso de maconha tem aumentado. Em 1987, 2,8% dos estudantes de quinta série ao ensino médio relatavam que já haviam usado maconha, em 1989 a porcentagem aumentou para 3,4%, em 1993 para 4,5% e em 1997, foi para 7,6%. Nos Estados Unidos o problema da maconha é mais grave ainda, pois mais de um terço da população (34,2%) já usou maconha .

Pelo exposto concluímos que a família, entidades religiosas, imprensa, clubes de serviço, associações, conselhos municipais, organizações governamentais e não governamentais, enfim, a sociedade como um todo deve disseminar uma mensagem de preocupação com a maconha e com outras drogas lícitas e ilícitas, pois seus efeitos são extremamente nocivos para quem usa essa droga nefasta e também para todos que convivem com essas pessoas.

Abaixo consta imagem de apreensão de grande quantidade de maconha.







BIBLIOGRAFIA:

Livreto Informativo sobre Drogas. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas – CEBRID e Secretaria Nacional Antidrogas – SENAD, 2004.

MARLATT, Beatriz Carlini. Drogas: Cartilha sobre maconha, cocaína e inalantes. Série Por dentro do assunto. Secretaria Nacional Antidrogas - SENAD, Brasília-DF, 2004.

PERCÍLIA, Eliene. Maconha. Brasil Escola. Disponível em: . Acesso em: 07 set. 2009.

TIBA, Içami. Juventude & drogas: anjos caídos. São Paulo: Integrare, 2007.



HIGOR VINICIUS NOGUEIRA JORGE é Delegado de Polícia, professor de análise de inteligência policial da Academia da Polícia Civil, titular de cadeira da ACADPESP e diretor da ADPESP (08/09). Site: www.higorjorge.com.br Blog: http://delegadosdepolicia.blogspot.com

Leia as publicações da Secretaria Nacional Antidrogas

Série Por Dentro do Assunto


A série tem o objetivo de socializar conhecimentos dirigidos a públicos específicos. Construída com base nas necessidades expressas por múltiplos setores da população, e em conhecimentos científicos atualizados, as cartilhas procuram apresentar as questões de forma leve, informal e interativa com os leitores.

Visite o site: http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/index.php

quinta-feira, 4 de março de 2010

TOMOU POSSE O CONSELHO MUNICIPAL ANTIDROGAS DE SANTA FÉ DO SUL (COMAD-SANTA FÉ)

No dia 26 de fevereiro de 2010 na sala de reuniões da Prefeitura Municipal tomou posse o Conselho Municipal Antidrogas de Santa Fé do Sul (COMAD).

O Conselho tem como presidente o delegado de polícia Higor Vinicius Nogueira Jorge e vice-presidente a Secretária dos Direitos dos Deficientes e da Cidadania Elena Rosa.
Fazem parte do Conselho representantes de diversos segmentos da comunidade, inclusive da Polícia Militar, Guarda Municipal, Polícia Civil, empresários, comerciantes, profissionais liberais, professores, as secretarias da Prefeitura Municipal, dentre outras pessoas.
Na ocasião o presidente do COMAD Higor Jorge fez uma apresentação sobre a atuação do COMAD e o projeto Santa Fé Livre do Vício que terá a finalidade de difundir os malefícios proporcionados pelas drogas lícitas e ilícitas e contará com a participação de toda a comunidade.

A vice-presidente do COMAD Elena Rosa falou sobre os atendimentos que tem feito com famílias que passem por problemas relacionados com drogas e a organização do I Fórum Regional Antidrogas, que reunirá toda a região para discutir uma ação conjunta visando prevenir e combater as drogas.

O blog do Conselho é http://comadsantafe.blogspot.com e o e-mail é comad.santafe@hotmail.com