sábado, 4 de setembro de 2010

Projeto pretende acabar com as festas “open bar” - O Jornal de Santa Fé do Sul


Na última semana, mais uma vez foi levantada a questão da realização das festas open bar em Santa Fé.

O vereador Alcir Zaina elaborou um Projeto de Lei com o objetivo de impedir que essas festas aconteçam. Segundo ele, o projeto foi proposto não para impedir que as pessoas bebam, mas, sim, que não consumam exageradamente bebidas alcoólicas, pois é a ingestão excessiva que faz com que muitos acidentes, brigas e agressões aconteçam, além de ser a porta de entrada para o consumo das drogas.

“Foi pensando no bem estar da população que propus o projeto. Na última segunda-feira, dia 23, os vereadores, assim como o Comad- Conselho Municipal Antidrogas, o Conselho Tutelar e promotores de festas, nos reunimos na Câmara Municipal visando discutir o problema e encontrar soluções adequadas a todos”, disse o vereador.

De acordo com Alcir, o projeto ainda não foi para a votação, para que haja uma discussão mais ampla sobre o assunto com todas as partes envolvidas, inclusive a sociedade.

O tema proposto pelo Projeto de Lei do vereador já era uma das ações do Comad, através do projeto Santa Fé Livre do Vício, que também se empenha em buscar apoio e solução para o problema, conscientizar, auxiliar, ajudar e prevenir à população quanto ao uso de entorpecentes, cigarros e consumo de bebida alcoólica.

Segundo o presidente do Comad, o delegado de polícia Higor Vinícius Nogueira Jorge, o Conselho está muito preocupado com o consumo do álcool e de drogas na cidade. “Através do o projeto Santa Fé Livre do Vício, já realizamos mais de 30 palestras, e com as caixas coletoras colocadas em alguns pontos da cidade, através do projeto Polícia Civil Comunitária, temos o objetivo de receber denúncias de pessoas que vendam qualquer tipo de droga, permitida ou não, mas ainda é preciso que essas festas open bar sejam realizadas de maneira comprometida com o bem estar da comunidade”, explicou ele.

“O Comad tem tido muita preocupação com as festas open bar, pois as mesmas estimulam o consumo exagerado de bebida alcoólica. O preço da bebida está incluído no valor pago pelo convite da festa. Dessa forma, o indivíduo sempre acaba bebendo mais para compensar o valor pago. Bebendo sem moderação, muitos que vão as festas são habilitados e saem do local dirigindo seus veículos sob o efeito do álcool, o que, além de ser um crime, é muito perigoso”, relatou.

“Mas não é apenas isso que preocupa, mas sim que o álcool, que têm sido a porta de entrada para todas as drogas. Muitos dependentes afirmaram que começaram a se drogar, bebendo, por isso temos que realizar mais ações nesse sentido”, continuou.

Ainda de acordo com o delegado Higor, o álcool é responsável pela maioria dos acidentes de trânsito, há muitos registros de pessoas que estavam embriagadas e se envolveram em acidentes, assim como casos de violência doméstica, pois os agressores geralmente estão embriagados.

“Este ano ocorreram dois homicídios em nosso município, sendo que os responsáveis e as vítimas estavam embriagados. Todos nós recordamos das quatro adolescentes que foram atendidas no Pronto Socorro do município, no carnaval deste ano, em coma alcoólico, depois de participarem de uma festa open bar, em um clube da cidade”, relatou.

Para o delegado “a decisão de beber não é apenas uma escolha individual. O marketing publicitário investe milhões de reais em propagandas que estimulam o consumo de bebidas alcoólicas, e o mesmo marketing é obrigado por lei a sugerir que se beba com moderação. O open bar é ao contrário, pois faz apologia ao acesso livre, sem moderação, a qualquer tipo de bebida alcoólica. Este fato se reconhece quando ao adquirir o convite de uma festa open bar, muitas vezes a pessoa recebe uma caneca para consumir bebida alcoólica”, explicou.

“Cada um presente na reunião desta semana expôs seu ponto de vista. Pretendemos também realizar outras reuniões com os organizadores dessas festas para discutir ações conjuntas para a solução do consumo exagerado de álcool e não descartamos a realização de um plebiscito para que se necessário, seja impedida a realização deste tipo de evento, ou mesmo que seja feito um acordo para a realização das festas”, finalizou o delegado Higor Jorge.

Fonte: O Jornal de Santa Fé do Sul/ABEAD (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

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